O remake de Vale Tudo tem seguido fielmente o texto escrito por Manuela Dias, responsável por atualizar a trama original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A direção de Paulo Silvestrini mantém o foco no roteiro, sem espaço para improvisos, os chamados “cacos”. Essa característica, também presente em outras obras de Manuela e em novelas de Walcyr Carrasco, contrasta com autores como João Emanuel Carneiro, que incentivam maior liberdade criativa aos atores.
Comparações da coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo, revelam que os atores do remake reproduzem com precisão cada linha do roteiro. A escolha por uma interpretação mais controlada tem dado um tom específico à produção, que ainda busca consolidar a audiência. Até o momento, a novela ficou entre 22 e 23 pontos na Grande São Paulo. O desempenho foi melhor que o de Mania de Você, mas ainda abaixo do ideal para o horário nobre.
Na plataforma Globoplay, no entanto, o sucesso é maior. Desde a estreia em 31 de março, o remake lidera o ranking dos conteúdos mais assistidos, superando outras produções da emissora. A versão original, de 1988, também voltou a despertar interesse e está entre as cinco novelas mais acessadas no streaming.
A Globo aposta na entrada de Odete Roitman, vivida por Debora Bloch, prevista para os últimos dias de abril, como ponto de virada na trama. Novas ações promocionais devem acompanhar essa fase, visando impulsionar ainda mais a audiência. A novela segue no ar até outubro, quando será substituída por Três Graças, que marcará o retorno de Aguinaldo Silva ao horário nobre.