A jornalista Tati Machado voltou a integrar o elenco do programa Saia Justa, do GNT, na quarta-feira (10), após quatro meses de afastamento. Durante sua participação, ela abordou o processo de luto pela morte de seu filho Rael, ocorrida quando estava na 34ª semana de gestação.
No programa, Tati explicou como tem transformado a dor em sentimentos positivos e como o retorno às atividades profissionais contribui para seu processo de recuperação emocional. Além de sua volta ao Saia Justa, a comunicadora também está substituindo Ana Maria Braga no Mais Você durante o período de férias da apresentadora.
A jornalista relatou que percebeu a ausência de movimentos do bebê durante a 34ª semana de gravidez, o que a levou a buscar atendimento médico. Após a confirmação do falecimento de Rael, ela e o marido, Bruno, passaram por momentos extremamente dolorosos.
“Estar de volta é uma forma de ocupar um pouco a minha cabeça, porque chega um momento em que ela fica vazia”, afirmou a jornalista durante o programa.
Tati compartilhou como a experiência a marcou profundamente e permanecerá com ela para sempre. “Eu tenho uma marca pro resto da minha vida, eu vou caminhar com essa marca e ela está cravada no meu coração. E eu fico pensando que, de alguma maneira, vivi o melhor momento da minha vida”, disse.
A comunicadora destacou que o primeiro ano de luto tem sido particularmente desafiador devido às datas significativas. “Eu sinto que eu estou atravessando esse rio, com muita consciência de que o primeiro ano é o mais difícil, porque é o ano que tem datas, né? As primeiras coisas. O primeiro ano, o primeiro Dia dos Pais que passamos eu e o Bruno, os primeiros ‘mêsversários’, quanto tempo teria… É muito forte”, relatou.
Ela revelou que sua perspectiva sobre a gravidez mudou com o tempo. No início do processo de luto, chegou a expressar arrependimento. “Eu sinto que estou atravessando, a ponto de dizer que, no começo, eu cheguei a botar para fora que eu gostaria que aquilo nunca tivesse acontecido. Não num lugar de querer que fosse um pesadelo e eu acordasse, claro que isso eu também queria, mas eu queria nunca ter ficado grávida. Eu falava para o Bruno que eu preferia não ter ficado grávida para passar por isso tudo”, confessou.
Atualmente, Tati Machado expressa uma visão diferente sobre sua experiência. “Mesmo que terminasse da mesma forma, porque é muito amor. Em dado momento da nossa vida, faltou tudo: chão, ar, faltou vontade de viver, de acordar, de tudo. Mas nunca, nesses nove meses, faltou amor. Se não faltou amor, eu toparia viver tudo de novo”, declarou.
A jornalista também descreveu como o luto afetou sua percepção visual do mundo. “Eu cheguei a achar que as coisas perderam cor. Depois que passou um tempo, eu falei para a minha psicóloga: ‘eu tô enxergando melhor’, ela até não entendeu o que eu estava querendo dizer, e eu falei: ‘de verdade, agora o azul é azul’, eu senti que virou tudo uma penumbra mesmo”, relatou.
Sobre o momento escolhido para retornar às atividades profissionais, Tati explicou: “Esse meu antes e depois é nesse lugar de aterrissar, de botar para fora. Eu tenho uma racionalidade das coisas. Eu não petrifico em momentos da vida. Eu ajo e depois sofro, mas consigo tomar decisão, coisas importantes assim. Voltar agora foi no tempo que eu tinha que voltar, porque talvez eu ainda não estivesse com os dois pés no chão”.