Um laudo pericial anexado a um processo na Justiça do Trabalho identificou possíveis falsificações em documentos trabalhistas relacionados a Cid Moreira, ex-apresentador do Jornal Nacional. A análise técnica, realizada neste ano, questiona a autenticidade de assinaturas em registros como aviso prévio, carteira de trabalho e termo de rescisão do comunicador falecido em 2024.
O exame pericial detectou inconsistências nas assinaturas, incluindo quebras de ritmo, rigidez, tremores artificiais e pressão irregular quando comparadas ao padrão gráfico do ex-apresentador. O perito responsável concluiu que não há segurança técnica para atribuir a autoria das assinaturas a Cid Moreira.
“As assinaturas apostas nos documentos Aviso Prévio, Carteira de Trabalho e Termo de Rescisão apresentam divergências significativas em relação ao padrão gráfico do(a) Reclamante, não sendo possível atribuir-lhe, com segurança técnica, a autoria delas”, afirmou o especialista no documento.
O processo trabalhista foi movido por Manuel Francisco de Lima, ex-funcionário de Cid Moreira. Além do laudo pericial, Manuel incluiu uma gravação de áudio para fundamentar suas alegações, conforme divulgado pelo portal Leo Dias.
Na gravação anexada ao processo, o ex-funcionário sugere que o comunicador desconhecia sua demissão. “Eu acho que ele nem sabia que eu já tinha sido mandado embora, sabia? Acho que ele até pensa que eu pedi para sair”, declarou Manuel.
A defesa do ex-funcionário alega que sua dispensa ocorreu durante um período de afastamento pelo INSS, quando a legislação trabalhista brasileira garante estabilidade no emprego. Maria de Fátima Sampaio Moreira, viúva de Cid, é mencionada como responsável por ter autorizado a rescisão do contrato de trabalho.
O advogado de Maria de Fátima, Davi de Souza Saldaño, contestou as acusações e o laudo pericial. “Não é a primeira vez que os filhos fazem as mesmas acusações descabidas e sem fundamentação legal, e que elas foram todas rechaçadas pelo judiciário. Esse mesmo laudo apócrifo, que já foi apresentado há meses atrás, foi completamente ignorado pela justiça”, afirmou em nota.
Sobre a gravação, o advogado questionou a validade do material. “Quanto ao áudio produzido de forma ilegal e unilateral com o Sr. Manoel, há anos atrás, ressalta-se que ele foi desmentido em sede policial pelo próprio caseiro, sendo uma das causas que levaram o Ministério Público a denunciar os filhos de Cid pela prática de denunciação caluniosa, atualmente em curso na 1ª vara criminal da comarca de Petrópolis”, disse.